segunda-feira, 26 de abril de 2010

Resenha Crítica

Faculdade SENAI/ CETIQT
Pós-graduação Lato Sensu
Design de Estamparia
Design e Estampas
Professor: Sergio Sudslowsy

Aluna: Carolina Coelho Lenz Cesar

‘DESIGNER DE MODA OU ESTILISTA? PEQUENA REFLEXÃO SOBRE A RELAÇÃO ENTRE NOÇÕES E VALORES DO CAMPO DA ARTE, DO DESIGN E DA MODA. Débora Chagas Christo

Resenha Crítica 1:

Design e Moda estão cada vez mais integrados. Hoje em dia, não só a nomenclatura, mas o universo do design, passou a fazer parte dos conceitos relacionados a moda.

A integração entre design e moda pode parecer evidente para alguns, porém há pouco tempo atrás não era incomum que os estudante de desenho industrial tivessem dificuldade em se aprofundar na área caso tivesse interesse em disciplinas de moda.

A influência modernista na história do design brasileiro foi responsável pelo distanciamento da arte e de conceitos relacionados a moda e tendência através do seu discurso racionalista e funcionalista.

Numa tentativa de estimular o crescimento da economia americana, depois da crise de 29, surge o termo ‘styling’, que apesar de mal visto no Brasil, resume o apelo ao estético e ao novo através do estilo.

O nome "desenho industrial" foi assim traduzido porque refere-se à prática de desenhar, esboçar e projetar algo que será reproduzido posteriormente em escala industrial, e apesar dessa definição levantar sempre uma grande polêmica, é fundamental sabermos que hoje, principalmente no Brasil, acontece também um outro equívoco, algumas pessoas percebem o design de moda de uma forma e o estilismo de outra. O design de moda estaria diretamente relacionado a industria, com questões objetivas do produto, enquanto que o estilista, a arte, a criação e ao intuitivo.

A ascensão das classes mercantis na Itália, passou a valorizar mais o artista do que sua própria obra, e a atividade deles tornou-se mais intelectual do que artesanal. Com a Revolução Industrial, tornou-se clara a diferença entre produtos com valor mercantil (arte comercial) e produtos com valor cultural (arte significativa). Agora, a noção de artista, criador e gênio estaria vinculada ao campo da arte.

Na pesquisa por definições de design, a relação entre indústria e mercado é evidente. Porém, se pesquisarmos sobre o surgimento do designer, logo se vê que a atividade estava ligada ao campo das artes.

Na Idade Média, o artista responsável pela construção de um objeto, era o mesmo responsável por uma pintura. Essa diferença entre arte pura e arte aplicada só vem à tona com o aparecimento das manufaturas, no século XV, quando surge a divisão entre produção e projeto.

Os mestres-desenhistas, responsáveis pelo projeto e pela criação, são reconhecidos e passam a ser uma das peças fundamentais de uma empresa.

Isso se explica, pois alguns designers são vistos como artistas e profissionais de criação, mas também não significa que, por estar vinculado à arte, o designer não possa ter uma relação direta com a indústria e o mercado.

Segundo Cardoso, a discussão entre objeto e processo é fundamental e, por isso, deveríamos levar em consideração, que o usuário possui, além de necessidades, anseios, e expectativas. Por isso, um único objeto pode cumprir diversas funções, pois se modifica e adquire novos significados à medida que o tempo avança e o contexto se modifica. Então, se o designer levar em consideração apenas as necessidades do usuário e significados adquiridos pelos objetos, sua atuação não estará vinculada apenas às questões técnicas de produção, mas também às questões expressivas, simbólicas e sentimentais.

Resumindo, depois dessa leitura, poderia afirmar que, tanto o lado comercial, relacionado à indústria e ao mercado, como o lado relacionado ao criativo e conceitual da arte deveriam conviver em harmonia, lado a lado com o design. Acredito que o termo ‘design’, traria nele, um pouco de cada um desses campos acima mencionado. Da mesma forma, o design de moda também trabalha o campo ‘conceitual’ com o ‘industrial’. Se o estilista está relacionado com o campo da arte, e o designer possui a influencia tanto do mercado como do campo da arte, não seria possível separar esses dois termos como definições diferentes. Talvez o melhor a ser feito fosse entendê-las como termos diferentes para uma mesma definição.

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